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Estações de metrô próximas a rios têm pior qualidade de ar
Estações de metrô próximas a rios têm pior qualidade de ar

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Medicina Grossman de Nova York, nos Estados Unidos, aponta que estações de metrô que ficam abaixo de rios da cidade expõem as pessoas a mais poluentes do que as estações que não ficam. O artigo, publicado no periódico Transportation Research Part D: Transport and Environment no dia 30 de dezembro de 2022, sugere que o “efeito túnel do rio” pode explicar a má qualidade do ar.

Segundo o principal autor do artigo, David Luglio, tal efeito está ligado à ventilação limitada que os túneis das estações de metrô sob a água têm, uma vez que os outros têm passagem de ar da superfície.

Como resultado disso, detritos nocivos podem ficar presos e se acumular com o tempo, sendo inalados pelas pessoas.

Na análise, os pesquisadores compararam e mediram o acúmulo de partículas na linha B de Nova York, uma rota em que o trem cruza o East River por cima de uma ponte, com as rotas que passam sob a água.

Experimentos

Os pesquisadores utilizaram o metrô de Nova York como laboratório, coletando mais de 100 amostras de ar nas 54 estações da cidade entre fevereiro e março de 2022. Em seguida, a equipe mediu a qualidade delas durante o horário de pico da manhã.

Descobriu-se que estações vizinhas aos túneis fluviais tinham concentrações 80% a 130% maiores de partículas potencialmente perigosas no ar em comparação com estações apenas duas ou três paradas mais distantes dos rios. Os resultados ainda mostram que, em todas as 54 estações, os níveis de poluentes ultrapassaram o limite diário de exposição recomendado pela Agência de Proteção Ambiental, órgão que avalia potenciais perigos à saúde no ambiente.

“Nossas descobertas ajudam a explicar por que algumas estações de metrô subterrâneas são mais poluídas do que outras”, explica em nota o pesquisador David Luglio. “As estações de metrô mais próximas aos rios claramente devem ser priorizadas durante os esforços de limpeza."

Outras causas

Além do “efeito do rio”, o estudo sugere que outros fatores contribuem de maneira não muito significativa na circulação de ar de baixa qualidade, como a idade, tamanho e profundidade das estações.

A importância dessa pesquisa está no fato de que, de acordo com a Autoridade de Trânsito Metropolitano, cerca de 5,5 milhões de pessoas andavam de metrô na cidade de Nova York todos os dias em 2019, antes do início da pandemia do Covid-19. E esses passageiros foram expostos ao ar com altos níveis de partículas, que os especialistas associam a doenças pulmonares e cardíacas, bem como a um maior risco geral de morte.

A comprovação de que existem partículas nocivas à saúde nesses túneis contribui na melhoria da saúde humana, pois os resultados podem auxiliar pesquisas futuras a descobrirem o melhor nível de exposição a esses poluentes sem comprometer o bem-estar dos passageiros.

Artigo, publicado no periódico Transportation Research Part D: Transport and Environment

Fonte:

Um Só Planeta

 

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