O Google entrou definitivamente na era da inteligência artificial. Incomodada pela popularidade do ChatGPT, ferramenta de processamento de linguagem para conversar com as pessoas de modo natural, a empresa de tecnologia anunciou nesta segunda-feira, 6, que está abrindo para testes o Bard.
De acordo com uma publicação assinada por Sundar Pichai, CEO da companhia, o serviço experimental de conversação estará disponível para um grupo de “testadores confiáveis” antes de ser lançado para um público mais amplo ainda este ano. O nome é a tradução em inglês de bardo, o poeta trovador dos tempos medievais e como era chamado o dramaturgo inglês William Shakespeare.
Baseado em informações colhidas na internet por meio de inteligência artificial, o Bard pode ser, nas palavras de Pichai, “uma válvula de escape para a criatividade e uma plataforma de lançamento para a curiosidade”. Isso significa que a ferramenta será capaz de explicar novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb da Nasa para uma criança de 9 anos ou discorrer sobre os melhores atacantes do futebol do momento para quem quer saber mais sobre o assunto.
O Bard é uma resposta apressada e preocupada ao ChatGPT, ferramenta desenvolvida por uma startup de São Francisco, nos Estados Unidos, a OpenAI, em 2018. Com aporte inicial de 1 bilhão de dólares de nomes como Elon Musk, trai 1 milhão de usuários por semana. Está avaliada em 29 bilhões de dólares e já garantiu investimento de 10 bilhões de dólares da Microsoft.
Na semana passada, a CNBC publicou nota dizendo que uma equipe de engenheiros do Google especializada em inteligência artificial “foi solicitada a priorizar o trabalho em resposta ao ChatGPT”. O Bard era um serviço desenvolvido em um projeto chamado “Atlas”, como parte de uma força-tarefa da empresa para combater o sucesso do produto da OpenAI. Nos últimos seis anos, Pichai tem investido em projetos como um sistema chamado “Modelo de Linguagem para Aplicativos de Diálogo (LaMDA, na sigla em inglês), que será usado para alimentar a nova ferramenta.
O Google também planeja incorporar LaMDA e outros avanços de IA em seu mecanismo de busca, que podem ajudar a reunir informações para perguntas para as quais não há uma resposta certa. “Em breve, você verá esses recursos baseados em IA na Busca que reúnem informações complexas e vários pontos de vista em formatos fáceis de digerir, para que possa entender rapidamente o panorama geral e aprender mais na web”, escreveu Pichai.
O Bard competirá com outras plataformas de processamento de linguagem natural de código aberto, como Google Cloud Natural Language, IBM Watson e Microsoft Azure. Na semana passada, o Google anunciou que está investindo e fazendo parceria com a Anthropic, uma startup de IA liderada por alguns ex-líderes da OpenAI. A Anthropic também construiu seu próprio chatbot, Claud, e e tem uma missão centrada na segurança da IA.
Fonte:
Alessandro Giannini
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