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Cúpula internacional do clima COP27, em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Cúpula internacional do clima COP27, em Sharm el-Sheikh, no Egito.

A COP 27 (Conferência do Clima das Nações Unidas) começa neste domingo (6), no Egito. Apesar de parecer algo trivial para muita gente, torna-se cada vez mais importante a gente encarar esses eventos como cruciais para a saúde humana. Primeiro, por reunir representantes de governos e da sociedade civil de todas as nações ou da grande maioria delas. Com isso, é possível que os países possam acompanhar os problemas e interagir com diversas nações para conseguir frear o desastre ambiental que a espécie humana tem provocado no planeta.

Imaginamos que esses eventos são apenas para buscar formas de diminuir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera e diminuir o ritmo do aquecimento global. Com isso, soa como algo distante da sociedade que, em sua grande maioria, está preocupada com a busca de maneiras para conseguir alimento e moradia para sobreviver. No entanto, enfrentar esse tema e nos adaptarmos às mudanças climáticas é uma forma de buscar maneiras de sobreviver, pois esse planeta é quem nos fornece alimentos e moradias.

Parte das nações tem percorrido um longo caminho para enfrentar os problemas de aquecimento global. Porém, outras não têm dado a devida atenção e continuam emitindo gases de efeito estufa descontroladamente. Dessa forma, podemos afirmar tranquilamente que a luta contra as mudanças climáticas é longa e árdua, mas necessária. Não custa nada frisar que a preocupação com o aquecimento global não é apenas com o derretimento das geleiras, algo que temos visto aumentar consideravelmente nas últimas décadas, ou pensar que esse fenômeno vai provocar o aumento do nível da água do mar e, consequentemente, haverá a invasão da água em nossas praias e casas etc. 

Isso é muito egoísmo e muito pouco comparado ao prejuízo que o aquecimento global pode causar. Egoísmo porque muitos de nós nem sequer conhece ou vai conhecer uma praia durante toda a vida. Então, essa questão não é global, mas sim de uns poucos privilegiados. Sem falar que facilmente nós nos adaptaríamos a perda de praias, se esse fosse o único problema. Um exemplo muito fácil de compreender relacionado aos prejuízos do aquecimento global é com a geração de maiores mutações de microrganismos que favoreçam adaptações e propagação, consequentemente, elevando a possibilidade de novas pandemias. Isso faz com que nós pensemos muito além da emissão de gases.

Por exemplo, um país como o Brasil, que faz fronteira com quase todos os países da América do Sul, torna-se uma nação extremamente suscetível ao desequilíbrio ecológico de outros países (além dos internos) que não têm uma estrutura de combate a doenças infectocontagiosas como o Brasil. Dessa forma, é necessária uma aproximação cada vez maior, com trabalhos em conjunto, pois assim todos ganham. Não imaginem que esse pensamento é apenas humanitário (apesar de que essa deveria ser a primeira necessidade), pois as ações de ajuda mútua e aos que tem menor poder aquisitivo podem favorecer muitos outros países e vai muito além, pois quando há uma transmissão descontrolada de doenças infecciosas de países vizinhos, nós podemos ser os primeiros a sermos afetados. A consequência é um prejuízo enorme para a saúde pública e para a economia, algo que temos bem fresco em nossas cabeças, por causa da covid-19. Além disso, com o aquecimento global cada vez mais acentuado em nossas vidas, somando ao fato de vivemos em um país tropical que naturalmente é uma região com maior diversidade biológica (incluindo de vírus e bactérias), o resultado pode ser ainda mais acentuado, para não falar devastador.

Ressalto que a disseminação de agentes infecciosos não respeita fronteiras ou etnia, pois a transmissão pode ser letal a toda sociedade. Aproveito esse ensejo para justificar que a vacinação precisa ser cada vez mais global, pois esta é a melhor ferramenta contra doenças infectocontagiosas. Por fim, precisamos ter o olhar para a questão ambiental e notar que isso está totalmente conectado com nossa saúde e o bem-estar social.

Precisamos utilizar o que sabemos cientificamente sobre as mudanças climáticas e criar as ferramentas necessárias para lidar com tudo isso. Mas não adianta termos uma ciência evoluída se não tivermos a sensibilidade colaborativa para olharmos e agirmos de forma multissetorial e multiterritorial, para assim nós alcançarmos a saúde plena e interconectada entre sociedades, com os animais, as plantas, ou seja, com todo o ambiente que compartilhados nesse planeta.

Fonte:

Gustavo Cabral
VivaBem

 

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